segunda-feira, 24 de maio de 2010

Terra Papagalli

Descobrimento do Brasil, 1956

Cândido Portinari (Brasil, 1903-1962)


Quem faz Letras sabe da realidade deste curso que exige muita leitura. Além da literatura também há a teoria sobre o que lemos. Sem citar linguística, português, prática de ensino...

Pois bem, tudo isso pra dizer que nem sempre consigo ler as obras pra estar em dia com as aulas. Muitas vezes a professora antecede o meu contato com o próximo livro, mas em seguida vou em busca pra pôr em prática a leitura.
Assim aconteceu com o Terra Papagalli, livro do Torero e do Pimenta.
Trata-se de uma paródia sobre a colonização do Brasil, baseada nos cronistas do descobrimento e em registros oficiais históricos.
Este livro me divertiu muito. Minha mãe me ouvia rir e rir e dizia: - o que tu tá lendo? Depois quero ler também!!!
O fio condutor é a história da vida de Cosme Fernandes, de quem se tinha pouco registro, o que facilitava a liberdade de “ficcionar”. Tanto é que 70% é ficção e os 30% restantes verdade. Aliás, já o título traz a mensagem de comicidade: Narração para preguiçosos leitores da luxuriosa, irada, soberba, invejável, cobiçada e gulosa história do primeiro rei do Brasil ou Terra
Papagalli.
Mas, agora, esclarecendo o porquê daquela explicação sobre muitas vezes eu não ter tempo de ler as obras. O que aconteceu com este livro foi diferente...
A professora Sueli Tomazini e alguns colegas apresentando, comentando o livro, faziam com que a minha imaginação viajasse e materializasse tudo o que elas iam contando.
A impressão que eu tinha era de que eu ia abrir o livro e dele saltariam cobras e lagartos, índios e portugueses, penas, penachos e pelos.
Eu, adulta, com 25 anos na cara, me deixando levar pela fértil imaginação. E isso devido à tamanha sensação provocada em mim, só de escutar sobre a obra.
Quando chegou o momento de abrir o livro que aluguei na biblioteca, e me dei conta de que só havia letras e que nada, nem bicho, nem nau, nem índio sairiam do livro materializados, como eu havia imaginado, senti uma pequena decepção. Que coisa boba.
O que eu esperava? Foi como se eu tivesse caído no mundo real. Vejam que peça as letras me pregaram! Que reboliço!

Mas ó, lendo Terra Papagalli fui capaz de sentir todas aquelas emoções de novo. As letras, mesmo sozinhas, deram conta. E como!!!


Tá aí mais uma dica. Divirtam-se.

Um comentário:

  1. Mesmo eu não tendo cursado letras, o que me arrependo muito, sei o quanto se exige em estudos. E, com tudo que tenho acompanhado, na pretensão de me especializar na área, posso dizer que o universo literário me fascina a cada dia. Essas dicas dadas aqui são fundamentais para quem, como eu, está iniciando sem formação alguma.

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