terça-feira, 16 de agosto de 2011

Fórum Permanente do Livro e da Literatura

Não fiquem de fora!
É nesta quarta-feira, dia 17/08/2011.
Esperamos por vocês! 

terça-feira, 28 de junho de 2011

Resultado do Concurso Poemas no Ônibus - 2011



A 8ª Edição do Concurso contou com 209 poemas inscritos. A comissão julgadora foi composta pelos professores do Curso de Letras, da ULBRA/ Gravataí: Ítalo Ogliari; Jane Sirlei Kuck Konrad e Marione Rheinheimer (Coordenadora do Curso de Letras), que selecionou 23 poemas para veiculação na linha municipal, da frota de ônibus da Empresa SOGIL.
Alguns poetas classificaram mais de um título. Os vencedores, por ordem alfabética, são:

Adilson Roberto Gonçalves - poema "Bolundas" - Lorena – SP                                      
Amaro Flores Castilhos - poema "O tempo é agora"Cachoeirinha – RS  
Ana Cristina Mendes Gomes- poema "Eros uma vez..." - São Pedro da Aldeia – RJ
André Telucazu Kondo - poema "Insônia" - Ponte São João – SP
Bibiana Meneghini Dihl - poemas "Histórias de ônibus",  "Nota" e "Comparações"  - Gravataí - RS 
Célia Silva Jachemet - poemas "Trovas" e  "Cuidado!" - Gravataí – RS
Faustino Alves Filho - poema "Apelo" - Gravataí – RS
Henrique Martins de Freitas - poema "Pássara vidinha" - Canoas - RS
Igor Rosa Dias de Jesus - poema "Correio" - Catete - RJ
Ingrid Teresinha Fraga da Silva - poema "Nem tudo, nem nada" - Gravataí - RS
Juarez Cesar Fontana Miranda- poema "Doidiversos" - Porto Alegre – RS
Juliana Diniz Bernardo - poema "Cordão" - São Paulo - SP
Nathalia da Cruz Wigg - poemas "Recomeço" e "Outono" - Rio de Janeiro – RJ 
Perpétua Amorim - poema "Geraislidade" - Franca - SP
Reginaldo Costa de Albuquerque - poema "Equilibrista" - Campo Grande - MS
Robson Leandro Soda - poema "Anverso" - Santa Cruz do Sul - RS
Rosana Banharoli - poema "Minhas tristes verdades plásticas" - Santo André - SP
Rosane Brito - poema "Interior" - Gravataí - RS
Zair da Silva Martins - poema "Ônibus" - Gravataí - RS

Agradecemos a participação de todos e parabenizamos os selecionados!

terça-feira, 14 de junho de 2011

Fórum do Livro e da Literatura

Quarta-feira, dia 15/06/2011, temos o Fórum na Biblioteca.
Vamos mobilizar o pessoal do literário e discutir alguns aspectos do nosso interesse.
Aguardamos vocês por lá!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Conselho de Cultura de Gravataí já tem seus eleitos



Durante a III Conferência de Cultura, que foi realizada nos dias 03 e 04 de junho no salão de eventos do CTG Aldeia dos Anjos, foram eleitos os representantes do Conselho Municipal de Cultura.
Os conselheiros representam diversos segmentos culturais de Gravataí.
Nós, LITERÁRIOS, podemos comemorar!
A sociedade civil elegeu duas pessoas envolvidas com a classe literária da cidade. Como Conselheiro titular temos o escritor Cirio de Melo, já como suplente, Faustino Alves Filho que além da Literatura é atuante no segmento das Artes Visuais.
A lista completa dos eleitos segue abaixo.

Titulares:
Rodrigo Monteiro – Teatro
João Menini – Dança/Agente Cultural
Mauricio Gamarra – Carnaval
Cirio Melo – Literário
Sandra Simões – Artes Visuais
Maria Bernadete Camargo – Tradicionalismo
Shimeni Costa Padilha – Música e Hip Hop
Maria de Fátima Rodrigues – Cultura Afro-brasileira

Suplentes:

Mariele Moraes - Teatro
Alexandre Fraga - Dança/Agente Cultural
Maria Inês Guilloux - Patrimônio Histórico
Faustino Alves Filho - Artes Visuais
Candida Ribeiro - Artesanato/Economia Solidária
Eloin Pereira - Tradicionalismo
Fernanda Estevão - Música
Paula Martins - Diversidade Sexual

Segmento Governo:

Amon Costa
Lisandro Paim
Daniel Assunção
Vera Quintana
Leandro Consoni
Viviane Hunter
Rosemari Kroeff

Parabenizamos todos os eleitos!

segunda-feira, 23 de maio de 2011

PRÉ-CONFERÊNCIA


AGUARDAMOS A PRESENÇA DE TODOS!

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Sarau do Clube Literário de Gravataí

Convite:
Sábado, dia 09 de março, às 20h, no Teatro do SESC, Sarau do Clube Literário de Gravataí.

quinta-feira, 31 de março de 2011

sexta-feira, 25 de março de 2011

Fora de mim

"Passei a ocupar meus dias pensando sobre o que, afinal, é isso que todo mundo enche a boca para chamar de amor, como se fosse algo simplificado: defina em meia dúzia de frases, é fácil, querida. É fácil? pois a querida não entende como uma palavrinha simples formada por apenas duas vogais e duas consoantes pode absorver um universo de sensações contraditórias, diabólicas, insensatas, incandescentes e intraduzíveis. O que é amor? Já tentei explicar a mim mesma e, por mais que tente, jamais conseguirei atingir a essência dessa anarquia que dispensa palavras." Trecho do livro Fora de mim - Martha Medeiros
                                        
Sinopse: Recém-separada de um casamento longo e pacífico, a protagonista se apaixona loucamente, embora não cegamente, por um outro homem, de personalidade conturbada, com quem vive uma intensa paixão. Consciente do mergulho, a mulher pressente que no fundo daquela relação só acabaria encontrando a escuridão da dor. Mesmo assim, dá o salto. E perde. A entrega é um vício sem saída.
Em uma narrativa rápida, fluente, em primeira pessoa, a protagonista narra três fases da sua vida. Descreve afetos, sofrimentos e questões sentimentais complexas. Fala de amor e de contradições do ser humano.
"O amor é uma subversão, e seu vigor nunca será encontrado em amizades ou parentescos. Todas as palavras já foram usadas para defini-lo: magia, surpresa, visceralidade, entrega, completude, requinte, deslumbre, sorte, conforto, poesia, aposta, amasso, gozo. Amar prescinde de entendimento."
Fica a sugestão da leitura, pois é uma história possível!

quarta-feira, 23 de março de 2011

Moacyr Scliar

                                             23 de março de 1937 - 27 de fevereiro de 2011
Hoje, o escritor Moacyr Scliar faria 74 anos. E, exaltar seus méritos literários, diante de tudo o que já se escreveu sobre ele, seria mais um eco. O foco da postagem é o encantamento da pessoa que ele sempre demonstrou ser, nas inúmeras vezes em que visitou a Feira do Livro de Gravataí. O autor foi presença constante, inclusive na última edição, onde reuniu mais de quinhentas pessoas. Era um homem verdadeiro! Ficava perplexa com a sua simplicidade, desde o fato dele mesmo atender à ligação para as tratativas, até à maneira gentil que atendia a todas as solicitações de autógrafos e fotografias. A sua modéstia e singeleza eram ratificadas a todo instante... Exemplo, foi a resposta sobre o que escreveria em sua lápide: "Viveu bastante, mas não aprendeu muito." Outro, ao citar uma de suas canções preferidas, Gente Humilde, do Chico e Vinicius. "É gente humilde/ Que vontade de chorar."
"Peço a Deus por minha gente" que as qualidades pessoais de Scliar sejam imortais tanto quanto sua obra.

Feira do Livro de Gravataí - 2010

                                                              Estande da FUNDARC

terça-feira, 22 de março de 2011

A Ilha sob o Mar


Dentre as leituras das férias, destaco a que considero a mais envolvente. O livro da chilena Isabel Allende, A Ilha sob o Mar, aproxima-se, de certa forma, do romance histórico. O enredo começa em 1770 e retrata a região hoje conhecida por Haiti. A ilha, dividida entre a colonização espanhola e francesa, viveu um dos regimes mais brutais de segregação racial que se conheceu. A protagonista desta história é a escrava Zarité, adquirida quando ainda tinha nove anos pelo francês Toulouse Valmorain, dono de uma das maiores plantações de cana-de-açúcar nas Antilhas. É em torno de Zarité - e a partir dela - que a história se movimenta, demonstrando a enorme garra em sobreviver e a gana pela liberdade. Sua história é recheada de injustiças, rupturas, de laços familiares complexos, de erotismo, de sofrimento, mas permeada pela incrível riqueza cultural dos negros.
Recomendo!

                                                                                        Isabel Allende
                                       Fotografia - Hamilton Fialho - Flip 2010, Paraty

quarta-feira, 16 de março de 2011

Poemas no Ônibus - 8ª Edição

Já estão abertas as inscrições para a 8ª Edição do Concurso Poemas no Ônibus. Para visualizar o regulamento e a ficha de inscrição, acesse o linck abaixo:

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Canciones Cruzadas


SHOW INTERNACIONAL DE FINAL DE ANO COM DANY LOPES E MARCELO DELACROIX
ONDE? NA CASA DOS AÇORES
QUANDO? 17/12, ÀS 21H
INGRESSO? DOIS KG DE ALIMENTO NÃO PERECÍVEL

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Literatura Brasileira - Modo de usar

Um verdadeiro manual da literatura brasileira de facílimo acesso é o que nos apresenta Augusto Fischer, professor da UFRGS desde 1984, sob o título de Literatura Brasileira – Modos de usar. Aqui está um panorama sintético e ao mesmo tempo bem elaborado da literatura brasileira, revelando não só a trajetória dessa arte em nosso país, mas também seus porquês e contextos, em um texto atribuído de opiniões de Fischer, em uma linguagem fácil e próxima do leitor. O que me lembrou que é uma ótima indicação para quem quer estudar para o vestibular, por exemplo. Fischer desmistifica a literatura, aproxima a arte do leitor e o faz ter acesso a algo que muitas vezes é considerado só para específico público.

Aqui copio um trecho da sinopse apresentada na contracapa do livro.

"Você leu Machado de Assis na escola e não gostou? Não chegou nem sequer na metade de Grande Sertão: veredas? Se arrepia só de ouvir a palavra arcadismo e acha que literatura brasileira é sinônimo de algo enfadonho? Saiba que você não está só e que há, sim, maneiras de desfrutar o melhor que o Brasil oferece em matéria de romances, contos, poemas e crônicas. (...) Com um estilo tão pessoal quanto cristalino, despojado de academicismos e que parece um bate-papo entre amigos, o autor revela as principais vertentes da cultura escrita brasileira e ilumina a trajetória de escritores e movimentos."

Fica aí mais uma dica utilíssima d’O Literário!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O sofá estampado

Esse é um livro de literatura infanto-juvenil, autoria de Lygia Bojunga Nunes. Uma escritora já renomada e conhecida na literatura, inclusive, internacionalmente. Essa é a história de um tatu que namora uma gata e que a partir desse namoro e de suas diferenças nessa relação, nosso querido Tatu, Vitor, iniciará um processo de auto-conhecimento, quando viaja no tempo, no seu tempo de criança. É quando ele cava, de tanto nervosismo, que tudo começa.

Aqui insiro um trechinho da obra:
"Assim que o Vítor se enfiou na terra a tosse parou. Mas ele continuou cavando e cavando. A voz da professora foi ficando longe e sumiu. Aí o Vítor viu uma escada. Vinha uma luz lá do alto da escada; e dava para ver um pedaço de céu cinzento. O Vítor foi subindo os degraus devagar. Cada vez mais devagar: estava com medo de ver onde é que a escada ia dar. Quando chegou no alto, espiou primeiro bem depressa e tirou logo a cara. Só depois é que olhou de novo para espiar bem espiado."

Esse relato acima já é uma viagem no tempo, a primeira que faz até sua infância.
Aí fica a dica. Um livro legal, divertido e de deliciosa literatura.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Um elogio de ouro

Em uma das oficinas que fui, durante a Feira do Livro de POA, escrevi uma crônica. A proposta era essa mesma. Moacyr Scliar estava coordenando a atividade. Um receio passa pelas nossas sensações, afinal de contas, Scliar analisará nossos escritos. Tomei coragem e li. Vou postá-la aqui, e abaixo seguem as críticas feitas a meu texto por esse grande escritor. Antes, contudo, gostaria de esclarecer que Moacyr me disse: "TU ESCREVES MUITO BEM". Agora podem fazer qualquer crítica que não me importo.
Ah, outra ressalva que faço, é que no texto que levei no dia, uns minutos antes de ler, fiz algumas alterações que aqui não aparecem. São detalhes, mas sabemos que se tratando de palavras detalhes tão pequenos assim também não são.

Aqui me ponho a escrever, bem acomodada na cadeira, em frente ao computador. É tarde da noite, é sábado e o que prevejo sempre para este momento um tanto duradouro (a noite de sábado em casa) é uma certa frustração e distância - quanto maior, melhor - do computador. Hoje está sendo diferente.

E aí surgem milharais – como diz Fifi – de textos nos meus pensamentos, loucos de vontade de transformarem-se em linguagem escrita portuguesa.

Vejamos como acontece o meu texto. E sobre ele sei tanto quanto vocês: nada.

O primeiro assunto da fila, aqui na minha cabeça – porque a fila não está organizada de forma nenhuma, nem por importância, nem pela altura dos assuntinhos, nem pela idade, tampouco pelo sexo, como fazíamos na escola – é sobre a nossa intolerância com a tal dita melhor idade.

Preste atenção, ledor de meu texto, não farei aqui uma análise filosófica ou crítica sobre a falta de respeito ‘para com’ os idosos de maneira geral, ou então sobre aqueles fatos de que há testemunhas o suficiente para confirmarem ações de desrespeito aos nosso velhinhos. Relatarei o que vivi. E o que me incomodou.

Estou eu participando avidamente das oficinas relacionadas à literatura, que são promovidas pela Feira do Livro de POA (56ª edição), por uma exigência acadêmica. É o tipo de dever que não admite queixas, pois prazer assim é quase uma poesia. Depois de passar por alguns inconvenientes, que agora não os cabe contar, assisti a três encontros com o professor Peixe, nos quais discutimos crítica literária.

Pois bem, e daí. E daí que o público todo era ligado à faculdade de letras. Na sua maioria jovem, mas, contrastando-nos, havia também pessoas idosas. Um senhor e uma senhora, para ser mais específica.

Prestei mais atenção a essa senhora, pois a tal velhinha não deixava de dar seus palpites até mesmo quando Peixe não nos indagava. Muitas vezes foi pertinente o que disse, mas a gente sabe que o que sobra, sobra. E que o melhor é que não sobre, e faltar nesse caso, não seria tão mal assim.

Bueno, a coisa é que me peguei escrevendo, atrás da folha que ganháramos no início da oficina, como forma de recadinho, aos meus colegas, assim: “sempre há um dos participantes a ser inconveniente, sempre.” Imediatamente senti uma culpa. E segui escrevendo, porém dessa vez era um texto para meu blog. Publiquei no papel, naquele momento, alguns pensamentos para que não os esquecesse posteriormente.

Ela tem 77 anos, formada em filosofia, deu aula em algumas muitas áreas, terminou a pouco a faculdade de psicopedagogia, ficou seis anos dedicando-se aos netos, e especialmente a um deles que é cadeirante (se não me equivoco) e por isso se tornou uma defensora das causas relacionadas à inclusão. De tudo isso ficaram sabendo seus colegas da oficina.

Então me pergunto: Será que somos nós “jovens” que temos o medidor de paciência regulado diferente do dos mais velhos? Será que somos nós “jovens” tão intolerantes com esse novo ritmo adquirido pelos participantes da terceira idade? Ou será que essa senhora era realmente inconveniente?

Não sei a resposta. Devo eu ter mais contato com eles para saber. Com eles, os velhinhos. Mas então, seguindo essa premissa, já poderia dar-lhes outro exemplo. O mesmo aconteceu em uma outra atividade que reunia na sua maioria jovens. A senhora que compunha o grupo tinha 84 anos, e quando chegou sua vez de falar acabou por dizer além do necessário, fugindo do assunto, do mote da atividade.

Que necessidade é essa que têm esses mais velhos de contar suas experiências mesmo quando não perguntamos por tais? Porque, penso eu, se existe necessidade é porque provavelmente não lhes dão espaço. Imagine você, quanto não teria para contar-nos uma velhinha de 84 que se declara feliz por ter vivido sua vida como viveu e que adora bater fotos, que foi o que fez durante o restante do evento.

Imagino eu que experiência seria registrar esses seus relatos, com a paciência que uma jovem deveria ter. O que teremos nós para contar, e para quem o contaremos?

Seremos terceira idade com blogs e espaço alternativos para a velharia? Provavelmente sim, afinal de contas é mais fácil ler. Mas parece-me que é necessário muito mais tempo para a aquisição da paciência do exercício ouvir.

Depois de elogiar-me (hehehe), dizendo que escrevo muito bem e que meu texto é bastante pertinente, Moacyr falou que a minha introdução está muito grande e que se fosse para um jornal deveria eu retirar essa parte do texto, chegando mais diretamente ao mote da crônica. Inclusive disse que essa introdução daria um outro texto.
Explicou-me também alguns dos motivos do porquê dos idosos se comportarem assim e que eu deveria expôr esses motivos no meu escrito. Salientou que esse assunto é muito pertinente a uma crônica, pois é extremamente atual, e uma crônica se trata disso, tem de falar sempre de assuntos atuais, pegando leve, senão corre o risco de virar artigo de opinião.
Aprendi muito com essa oficina. E depois desse elogio e dessas aparadas do texto que me sugeriu Scliar, só me motivo mais a escrever.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

de Clarice

E por estar imersa em Clarice Lispector, escrevi:

Eu em mim
Onde em mim
Onde

A geografia da Terra
é pequena
Não sou daqui
Não é aqui

O desejo é aproveitar
a viagem maior
A ordem é me aproveitar

da viagem maior
O espaço terreno é pequeno
O meu em mim eu intuo

Sensação de dever ter que fazer
viagens dentro da viagem
Não darei conta nem de uma
nem de outra

Não quero dar conta
Não quero dar contra

Vou indo
porque sei que irei

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Tradução literária

Feira do Livro de Porto Alegre. É a 56ª edição.
Inscrevi-me em várias oficinas e em um seminário. Todos relacionados à literatura. O primeiro foi sobre "Tradução: um mal necessário", com o professor Ernani Ssó. As oficinas estão ocorrendo no CCC Érico Veríssimo.
Esta primeira oficina aconteceu nesse final de semana de feriadão que passou, de sábado a segunda-feira. Fiz com muito prazer as viagens no direto até Porto Alegre e, no caminho, ia lendo Cortázar. Formamos um grupo bem homogênio. O professor Ernani estava extremamente à vontade conosco, o que fez com que as nossas reuniões fluíssem bem.
Como tenho grande interesse no campo da tradução, não poderia faltar a esta oficina. Dou a garantia de que ela foi de fundamental importância para quem participou. Até mesmo porque não há muitos espaços de discussão para quem trabalha com tradução. Nessas reuniões tratamos e discutimos os textos já traduzidos, do espanhol para o português, já que esta é a área de atuação do professor, mas que desta forma abrangeria quem traduzisse qualquer língua.
Discutimos muito o vocabulário comum à tradução. E do que eu desconfiava foi confirmado: de que o importante é dar o mesmo sentido ao leitor da língua traduzida, e não a fidelidade literal com as palavras do texto.
Como disse o professor Ernani, 'temos de ser fiel a Dom Quixote e a Sancho Pança, mais do que a Cervantes". E é exatamente isso. Que o leitor da língua original da obra escrita e o leitor do texto traduzido tenham a mesma sensação, sentido, sensibilidade ao ler. Isso é o que importa.
Há pouco, li Alice no País das Maravilhas e também Peter Pan, com a tradução de Ana Maria Machado, recomendadíssima pela minha professora Mara Jardim. Explico por que: esta tradução é totalmente adaptada ao leitor brasileiro. Por exemplo, as cantigas que Alice canta e que fazem parte da sua infância são as nossas infantis conhecidas no Brasil. Não teria o mesmo impacto a Alice lembrar de cantigas infantis em inglês, não nos causaria a mesma sensação que o autor pretendia ao escrever sua obra.
O resumo da ópera é que a tradução deve ser feita para o maior entendimento do leitor, devemos ser fiel à emoção da obra. Eu, como futura tradutora em potencial, seguirei o que já seguia intuitivamente: ser leal à essência da obra e não às palavras.


sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Dia Nacional do Livro!

Hoje é o dia nacional do livro!
Sim, e o é por causa da vinda de parte do acervo da biblioteca portuguesa real junto com Dom João VI, em 1808, motivo pelo qual então foi fundada a Biblioteca Nacional do Brasil. Comemorando hoje 200 anos aqui no nosso país, a Biblioteca possui mais de 9 milhões de obras.
Coincidência ou não é hoje a abertura da 56ª Feira do Livro de Porto Alegre, conhecida por ser a maior das Américas.
Visto que temos muito o que comemorar, aproveitemos e programemos uma passada na Feira de Porto, que está cheia de atrações culturais e com muitos livros esperando-nos.

Ah! Encontrei um site bem legal. Dê uma olhadela.

Peter Pan

Último semestre da faculdade. No meio de tanta turbulência, cheia de trabalhos e provas tenho tempo pra rememorar, recordar a minha criança. Só a literatura pra me mover até neste ‘em mim’. A bola da vez é Peter Pan.

Comecei a ler as aventuras da Wendy e pensei, logo na primeira página: isso quero ler para os meus filhos. Com a tradução de Ana Maria Machado me diverti muito a cada folha lida. A linguagem é acessível e engraçadíssima. O livro fomenta muitas críticas sociais, hábitos da burguesia inglesa. Capitão Gancho, por exemplo, é praticamente um Lord inglês, preocupadíssimo com o tal de “bom tom”, até mesmo nos momentos de maiores batalhas com Peter.

A Wendy, que em casa recebe uma educação inglesa, vai descobrindo, junto a Peter Pan, que por sua vez apresenta todas as características típicas de uma criança como o narcisismo, o egoísmo, o orgulho e o sadismo, que as tais regras dos adultos nem sempre valem para as crianças ou para se resolver algum problema.

Um livro delicioso pra ler, feito em sua primeira versão para adultos e depois para crianças, que encanta e marca o leitor infantil ou aquele que já é grande.

Fica aí a dica desse livro que vale muito a pena. Eu indico a edição que tem a tradução da Ana Maria Machado e assim garanto o prazer da leitura.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Affonso Romano de Sant'Anna na Feira do Livro de Gravataí

Affonso Romano de Sant'Anna esteve presente na nossa 24ª Feira do Livro de Gravataí. Um belo momento, emocionante e espetacular. Um presente aos gravataienses. Mas o poeta também foi tocado e envolvido na energia da aldeia. Emocionou-se.
Em seu blog escreveu duas vezes sobre sua vinda aqui.
Abaixo deixamos o link para que você, leitor, desfrute do depoimento de Affonso sobre sua noite em Gravataí.


Affonso no teatro do SESC - Gravataí
Glau Barros cantando e dialogando com "Que país é este?"

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Gravataí lendo e fazendo história

Começa amanhã, quinta-feira, dia 14/10, a 24ª Feira do Livro de Gravataí- Lendo e fazendo história. Entre as atividades da Feira haverá comercialização de livros - com 20% de desconto no preço de capa, sessão de autógrafos, bate-papo com escritores, espetáculos teatrais, shows musicais e performances de rua. A Patrona, deste ano a escritora Leticia Wierzchowski, estará presente na Feira, na data de sua abertura, para atividades agendadas com alunos da rede de ensino da cidade. Além da autora, estarão presentes na programação o jornalista Juarez Fonseca e a fotógrafa Dulce Helfer, falando sobre Mario Quintana. Já os escritores: Affonso Romano de Sant’Anna, Thedy Corrêa, Celso Sisto, Caio Riter, Ricardo Silvestrin, Marô Barbieri, Fabrício Carpinejar e Moacyr Scliar estarão promovendo conversas interessantes sobre suas obras. Também, nesta edição, o jornalista e escritor Milton Souza é o homenageado local. A programação cultural acontecerá em três espaços: Sala Multiuso, Espaço do Autor e no Teatro do SESC, estrutura pela qual receberá o show de Vitor Ramil, os espetáculos infantis Ópera Monstra, A almofada, o castelo e o dragão, Histórias de uma mala só, A banda do Serafim, Sacy Pererê – a lenda da meia-noite, Sô Frida e o espetáculo DentroFora, premiado recentemente como o melhor espetáculo do Porto Alegre em Cena.

Evento: 24 Feira do Livro de Gravataí


Data: 14 a 20 de outubro de 2010

Abertura oficial: 14/10, às 18h30min


Endereço: Praça Dom Feliciano- em frente à Igreja Matriz Nossa Senhora dos Anjos  e Teatro do SESC– Centro


Horário: Das 12h30min às 21h


Ingressos: Entrada franca

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Leticia para crianças


O nome da Patrona da 24ª Feira do Livro, a escritora gaúcha Leticia Wierzchowski, é normalmente associado à literatura adulta, principalmente ao romance A casa das sete mulheres. Porém, hoje queremos falar das suas obras infantis e infanto-juvenis que destacam-se cada vez mais no cenário literário. São elas: O dragão de Wawel e outras lendas polonesas; Todas as coisas querem ser outras coisas ; Era uma vez um Gato Xadrez; O menino paciente e Semente de Gente
Conheça um trecho:
Fica mais esta sugestão...

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Moacyr Scliar

Receberemos mais uma personalidade da literatura nacional, na nossa querida Feira do Livro, aqui na cidade de Gravataí: MOACYR SCLIAR

Autor de 88 livros em vários gêneros: romance, conto, ensaio, crônica, ficção infanto-juvenil. Obras suas foram publicadas nos Estados Unidos, França, Alemanha, Espanha, Portugal, Inglaterra, Itália, Rússia, Tchecoslováquia, Suécia, Noruega, Polônia, Bulgária, Japão, Argentina, Colômbia, Venezuela, Uruguai, Canadá e outros países, com grande repercussão crítica. É detentor dos seguintes prêmios, entre outros: Prêmio Academia Mineira de Letras (1968), Prêmio Joaquim Manoel de Macedo (Governo do Estado do Rio, 1974), Prêmio Cidade de Porto Alegre (1976), Prêmio Brasília (1977), Prêmio Guimarães Rosa (Governo do Estado de Minas Gerais, 1977), Prêmio Jabuti (1988, 1993, 2000, 2009), Prêmio Casa de las Americas (1989), Prêmio Pen Club do Brasil (1990), Prêmio Açorianos (Prefeitura de Porto Alegre, 1997 e 2002), Prêmio José Lins do Rego (Academia Brasileira de Letras, 1998), Prêmio Mario Quintana (1999).

Foi professor visitante na Brown University (Department of Portuguese and Brazilian Studies), e na Universidade do Texas (Austin) nos Estados Unidos. Freqüentemente é convidado para conferências e encontros de literatura no país e no exterior.

É colunista dos jornais Zero Hora (Porto Alegre), Folha de São Paulo e Correio Brasiliense; colabora com vários órgãos da imprensa no país e no exterior. Tem textos adaptados para o cinema, teatro, tevê e rádio, inclusive no exterior. É médico, especialista em Saúde Pública e Doutor em Ciências pela Escola Nacional de Saúde Pública. Ocupa a cadeira 31 da Academia Brasileira de Letras.

Duas influências são importantes na obra de Scliar. Uma é a sua condição de filho de imigrantes. A outra influência é a sua formação de médico de saúde pública, que lhe oportunizou uma vivência com a doença, o sofrimento e a morte, bem como uma conhecimento da realidade brasileira. O que é perceptível em obras ficcionais, como “A Majestade do Xingu” e não-ficcionais, como “A Paixão Transformada: História da Medicina na Literatura.”

Moacir estará na nossa FEIRA.
Atividade: Bate-papo
Data: 19/10
Horário: 20 horas
Local: Teatro do Sesc

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Espetáculo de sombras "Sacy Pererê - A lenda da meia-noite"

Na Feira teremos inúmeras atrações artísticas. O livro nos traz também essa possibilidade de ter a arte, em suas diversas expressões, mais presente na nossa vida. Não seria diferente nesta edição da Feira.
Apresento neste post uma dessas possibilidades: o espetáculo de sombras "Sacy Pererê - A lenda da meia-noite". Abaixo segue o release.

Tipo: Espetáculo para toda a família para sala fechada
Público e faixa etária: Crianças corajosas e adultos curiosos a partir dos 06 anos
Tema: Inspirado no primeiro livro editado por Monteiro Lobato e no imaginário popular brasileiro.
Sinopse: Um aventureiro, em viagem com seu cavalo, é apanhado de surpresa pelo Sacy Pererê. O perneta faz tantas diabruras que o homem cai e perde os sentidos. Acorda no dia seguinte sem nada. Ao chegar a um vilarejo próximo encontra ajuda e consegue descobrir quem era a criatura e como caçá-la. O homem caça o diabinho e prende-o em uma garrafa, obrigando-o a devolver todos os pertences perdidos. Antes de seguir viagem, por um descuido, o aventureiro solta o Sacy, que foge dando uma grande gargalhada.
Tempo de duração: 40 minutos

Após a encenação ocorre um bate-papo onde o público pode conhecer os mistérios e segredos deste surpreendente e curioso gênero do teatro de animação. Através do sítio www.clubedasombra.com.br, professores, pais e curiosos, podem solicitar o Guia de Atividades do espetáculo, onde é possível realizar um trabalho de interpretação e atividades com o teatro de sombras.

Data: 14/10
Horário: 14h30min
Local: Teatro do SESC

Fica aí a sugestão de mais uma possibilidade de deleite na Feira do Livro de Gravataí.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Vitor Ramil presente na Feira do Livro!

Teremos a lisonja de receber Vitor Ramil na nossa Feira do Livro. Sua participação será musical, talvez esse seja seu lado artístico mais conhecido, porém Vitor também tem se expressado literariamente.

"Na passagem dos anos 80 para os 90 Vitor afastou-se dos estúdios e passou a dedicar-se ao palco, pois quase não fizera shows até então. Foi quando nasceu o personagem Barão de Satolep, um nobre pelotense pálido e corcunda, alter-ego do artista. Dividindo alguns espetáculos com esta figura ao mesmo tempo divertida e mal-humorada, mesclando música, poesia, humor e teatro, Vitor começava a consolidar seu público e a aperfeiçoar sua interpretação.
Neste período não só definiu-se a música e postura do Vitor Ramil dos discos que viriam a ser gravados na segunda metade dos anos 90 como apresentou-se o Vitor Ramil escritor, através da novela Pequod, ficção criada a partir de passagens da infância do autor, de sua relação com o pai, de suas andanças pelo extremo sul do Brasil e pelo Uruguai. A partir do lançamento deste primeiro livro, em 1995, de grande repercussão junto à crítica e recentemente lançado na França, o artista passou a ocupar-se duplamente: música e literatura."
Trecho retirado do site do artista: www.vitorramil.com.br/textos/sobrevitor.htm

Abaixo segue um trecho do livro SATOLEP
"O calçamento perfeito e o traçado rigoroso das ruas o excitaram pela manhã; à tarde, a delicadeza das fachadas contra o horizonte selvagem da planície o emocionou; quando escureceu, superfícies úmidas espelhadas numa geometria de sombras cambiantes puseram-no a imaginar e conceber tantas coisas que, embora falasse sem parar, não encontrava tempo de descrevê-las para mim." 

 
Além da chance que teremos de apreciar a arte musical do Vitor, já conhecida dos gaúchos, deixamos a dica literária. Será uma boa oportunidade de ter um livro do VR autografado.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

QUE PAÍS É ESTE?

Livro de Affonso Romano que está sendo relançado neste ano. Como já publicado em outro post aqui no blog, Affonso Romano estará presente na nossa 24ª Edição da Feira do Livro de Gravataí. Relembrando que será do dia 14 ao dia 20 de outubro.
Retirei do blog que há sobre o livro, que é este ttp://quepaiseesteolivro.wordpress.com/, o texto abaixo explicativo sobre a obra:

"Em plena ditadura militar, Affonso Romano de Sant'Anna lança Que País é Este?, uma coletânea de poemas que dão um panorama crítico da sociedade brasilera de então. O poema que dá título ao livro foi publicado com destaque no Jornal do Brasil na data de seu lançamento e, tamanha sua repercussão, foi traduzido para o espanhol, inglês, francês e alemão, transformado em “posters” e colocado em escritórios, sindicatos, universidades e bares. Trinta anos depois da publicação, a Editora Rocco reedita a obra de Sant'Anna, uma leitura obrigatória e atual para entender melhor o Brasil."

No blog é possível assistir ao vídeo sobre a entrevista de Affonso no Jô. Verifiquei no youtube, mas por questões de direitos autorais não está disponível.

Abaixo está um dos poemas do livro:

CRÔNICA POLICIAL

1
Ontem três homens duros e armados
entraram na casa de um casal amigo
comeram, beberam, violentaram uma visita,
levaram dinheiro, objetos e saíram em zombaria
— num carro que largaram no subúrbio da Central.


Ontem a filha de um amigo esperava o ônibus,
chegou-lhe um mulato forte, que lhe deu um bote,
levou-lhe a bolsa e o corpo para o matagal
surrando-a com pedra e pau. E ela morria,
não conseguisse correr e se lançar na frente de um carro
que obrigado a parar levou-a ao hospital.


2
O casal da primeira estrofe e estupro
não foi ao jornal, mas hoje recebeu
outro casal
seviciado pelo mesmo grupo
que possuiu a mulher grávida
e seqüestrou a empregada como trunfo.
O pai da filha com o rosto destruído
ocultou a notícia com medo
da chantagem e da polícia.


3
Da minha varanda outrora eu via o mar e a ilha
antes de erguerem armadilhas e arranha-céus
em nossos bolsos e vistas. Crimes, antigamente,
não eram organizada guerrilha. Eram desastres aéreos
que não ocorriam com a gente.


Hoje sucedem-me na sala
— entre um programa e outro
no quarteirão
— entre um legume e outro.
Estou no Líbano, na Irlanda, Vietnã, Chicago e Stalingrado.
Há uma batalha em plena rua e o governo não sabe.
Inaugura estradas, deita fala, sem ver que as rodovias
estão cheias de eleitores mortos
— e seu discurso, crivado de balas.


4
Há dias,
minha filha vindo do colégio
deu o relógio
a um garoto uniformizado,
mas armado de pau e prego,
como a prima, que entregou o colar na esquina.
À filha menor ainda não assaltaram. Assaltaram-lhe
a primeira babá na praça. Assaltaram-lhe
a segunda babá na praia
entre ameaças
ao prevenir à turista
para manter sua bolsa à vista.
E da janela onde outrora eu via o mar e a ilha,
mal vejo o meu futuro e os banhistas. Vejo dois homens
correndo escuros da praça para boca da favela,
jogando para o ar uma bolsa amarela.
— É o quinto assalto hoje nessa esquina,
dizem no bar, enquanto entre o capacete e o cassetete
passam tranqüilos
os dois policiais peripatéticos do dia.


5
Minha porta já tem 100 trincos.
Depois de 6 revólveres, comprarei 5 bazucas,
8 granadas,
12 miras telescópicas,
embora nada me garanta que não me ponham a porta abaixo
com seus tanques.


Fora isto, não sei ainda o que fazer.
Mas não vou ficar aqui como um personagem de Hemingway,
que cansado de fugir
se deita velho como um cão
aguardando que me trucidem
a mim, minha família,
e mandem a foto autografada ao Presidente
como sinal da mais alta estima e elevada consideração.


Fica o registro de que o estrato visual não está idêntico à formatação do livro, pelo fato do blog não aceitar certos ajustes gráficos de parágrafos.