segunda-feira, 31 de maio de 2010

DIA 05 DE JUNHO - TODO PRIMEIRO SÁBADO DO MÊS - 15H - NA PRAÇA DO QUIOSQUE

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Terra Papagalli

Descobrimento do Brasil, 1956

Cândido Portinari (Brasil, 1903-1962)


Quem faz Letras sabe da realidade deste curso que exige muita leitura. Além da literatura também há a teoria sobre o que lemos. Sem citar linguística, português, prática de ensino...

Pois bem, tudo isso pra dizer que nem sempre consigo ler as obras pra estar em dia com as aulas. Muitas vezes a professora antecede o meu contato com o próximo livro, mas em seguida vou em busca pra pôr em prática a leitura.
Assim aconteceu com o Terra Papagalli, livro do Torero e do Pimenta.
Trata-se de uma paródia sobre a colonização do Brasil, baseada nos cronistas do descobrimento e em registros oficiais históricos.
Este livro me divertiu muito. Minha mãe me ouvia rir e rir e dizia: - o que tu tá lendo? Depois quero ler também!!!
O fio condutor é a história da vida de Cosme Fernandes, de quem se tinha pouco registro, o que facilitava a liberdade de “ficcionar”. Tanto é que 70% é ficção e os 30% restantes verdade. Aliás, já o título traz a mensagem de comicidade: Narração para preguiçosos leitores da luxuriosa, irada, soberba, invejável, cobiçada e gulosa história do primeiro rei do Brasil ou Terra
Papagalli.
Mas, agora, esclarecendo o porquê daquela explicação sobre muitas vezes eu não ter tempo de ler as obras. O que aconteceu com este livro foi diferente...
A professora Sueli Tomazini e alguns colegas apresentando, comentando o livro, faziam com que a minha imaginação viajasse e materializasse tudo o que elas iam contando.
A impressão que eu tinha era de que eu ia abrir o livro e dele saltariam cobras e lagartos, índios e portugueses, penas, penachos e pelos.
Eu, adulta, com 25 anos na cara, me deixando levar pela fértil imaginação. E isso devido à tamanha sensação provocada em mim, só de escutar sobre a obra.
Quando chegou o momento de abrir o livro que aluguei na biblioteca, e me dei conta de que só havia letras e que nada, nem bicho, nem nau, nem índio sairiam do livro materializados, como eu havia imaginado, senti uma pequena decepção. Que coisa boba.
O que eu esperava? Foi como se eu tivesse caído no mundo real. Vejam que peça as letras me pregaram! Que reboliço!

Mas ó, lendo Terra Papagalli fui capaz de sentir todas aquelas emoções de novo. As letras, mesmo sozinhas, deram conta. E como!!!


Tá aí mais uma dica. Divirtam-se.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Sarau da Aldeia

Gravataí tem tradição de serestas e de saraus.

Desde inícios do século XX, famílias se reuniam para curtir chorinho, petiscar, ouvir e recitar poesias. Antigas famílias, como os Dutra (do Octávio Dutra, sim!) eram cantantes, seresteiramente cantantes, e curtiam seus saraus. Mas, dessa época só sei por ouvir dizer.Viver mesmo o sarau, foi em fins dos anos cinquenta, na casa do Dr.Luis, o Bastos do Prado, hoje nome de rua.
Dr.Luis era uma lenda. Humanista, comunista, elegante por dentro e por fora. Pra mim, adolescendo, simbolizava o "fino do fino". Casado com a poetisa Maria Dinorah. Juntavam utopia e carisma a uma nova visão de mundo.
Na casa deles, ao lado do consultório, reuniam-se os amigos, em noites de versos e de prosa, de músicas e de salgadinhos -verdadeiro reduto cultural.
Ali cantavam Dorival Caymi, recitavam Guilherme de Almeida, discutiam Sartre. Pra mim, aquela casa simbolizava o que havia de mais sofisticado na vida. Preferia estar lá, entre cantorias e declamações e discussões sobre política, nacionalismo, literatura, a qualquer outro programa, como ir ao cinema do Itamar, ou andar de bicicleta na "pracinha"(sim, a gente podia andar de bicicleta na praça de noite - e sem perigo nenhum).
Nos saraus da casa do Dr.Luis, entre umas e outras, era gestado o verdadeiro progresso intelectual da cidade, como a Sociedade Cultural Amigos de Gravataí e a criação do Gensa, por exemplo.
Tudo por diletantismo, no voluntariado, sem disputas, com a elegância das pessoas verdadeiras. Como o Dr.Luis e seus amigos, como meu pai...

Texto escrito por Rosemary Kroeff de Faria Silva, a nossa professora Rosinha

terça-feira, 18 de maio de 2010

Festa do Divino Espírito Santo


"A festa tradicional do Divino Espírito Santo, que ocorre no período de Pentecostes, é uma marca da etnia açoriana na região em que este povo se tenha fixado.
O culto ao Divino, como parte da Trindade, é mais antigo que a festa, pois, segundo uma lenda, a festa foi introduzida em Portugal pela rainha Isabel, esposa do rei Dom Dinis, no século XIII.
Esta festa tornou-se, por tradição, uma festa popular carregada de sentido simbólico. À pomba, principal símbolo cristão que representa a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, somou-se a coroa, representando a realeza.
No continente português, a festa foi para a ilha da Madeira, para os Açores e daí para o Brasil, onde espalhou-se por todos os estados.
No RS, com forte povoamento açoriano, é expressiva a sua permanência e sua força tradicional, como vemos em Gravataí que, depois de tantos anos adormecida na memória do povo, eis que se renova e está na sua nona edição. Este resgate vem, a cada ano, ganhando sustentabilidade."
Célia Silva Jachemet - historiadora

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Viagem ao redor do meu quarto

Quarto, de Van Gogh

Neste ano de literatura intensa, tenho me deparado com uma grande quantidade de livros. Na faculdade, três, das quatro cadeiras que curso, são literatura, a quarta matéria é o estágio com o ensino médio, em que eu dou aula, adivinhem de quê? de literatura - Romantismo. E no meu trabalho, à tarde, na FUNDARC, estou no departamento literário. Não tenho do que me queixar, amo os livros.

De tanto ler e ler, ando com a imaginação aguçada e com uma super produção interna de pensamentos, reflexões e até mesmo epifanias.

Um dos livros que me fascinaram bastante foi Viagem ao redor do meu quarto, de Xavier Maistre. E é sobre ele e sua obra que escreverei um pouquinho.

Xavier Maistre, nascido na Sabóia, no século XVIII, negava-se a ter nacionalidade francesa, por isso foi mudando-se para outros países vizinhos. A partir da experiência de ter sido preso durante mais ou menos um mês e meio, escreveu este livro. O mesmo período que ficou preso é o tempo de sua viagem dentro do seu próprio quarto.

O livro é pura filosofia. O simples trajeto da cama à escrivaninha é um longo caminho de aprendizado. Conta da convivência com seu criado Joannetti, durante anos, e também sobre sua cadelinha Rosina, a quem considera mais que a muitos amigos.

Sem sair do próprio quarto encontra objetos e passa por situações que o levam a filosofar sobre a morte, sobre a amizade, sobre o magnetismo, sobre o acaso, sobre a sociedade e suas injustiças... é uma literal viagem pelo quarto.

Aqui vai um trechinho que eu gosto bastante. Aliás, é difícil escolher, porque eu não dispensaria nem uma linha do livro.

Descreve o momento em que estamos acordando:

Estamos bastante acordados para percebermos que ainda não o estamos, e para calcular de modo confuso que a hora dos negócios e das coisas aborrecidas está ainda na ampulheta do tempo.

Sobre a sua relação com Rosina:

...ainda não houve entre nós a menor frieza; ou, se surgiram entre mim e ela algumas rusgas, confesso de boa fé que a culpa maior tem cabido sempre a mim, e que Rosina sempre deu os primeiros passos para a reconciliação

Sobre a morte de um grande amigo:

A destruição dos seres e todas as desditas da humanidade não valem nada diante do grande todo. A morte de um homem sensível, que expira no meio dos seus amigos desolados, e a de uma borboleta que o ar frio da manhã faz perecer no cálice de uma flor, são dois momentos iguais no curso da natureza. O homem é apenas um fantasma, um vapor que se dissipa nos ares...

Mas estas são amostras bem pequenas, estes temas são todos bem desenvolvidos. A sua mais marcante teoria é a divisão humana entre a alma e a besta.

Dá como exemplo vários fatos comuns à nossa rotina que retratam essa divisão da que somos compostos. No campo da arte faz a comparação entre duas delas: a pintura e a música, e defende que a música é capaz de ser produzida, tocada, de forma maquinal, somente utilizando a parte “besta” do homem, enquanto a alma sai por aí. Mas que pintar exige a sua alma presente à sua besta, a primeira necessita comprometer todas as suas faculdades.

Maistre influenciou muito a literatura de Machado de Assis. O livro Memórias póstumas de Brás Cubas tem grande semelhança na maneira narrativa nada linear, na filosofia, e nas teorias que traz. Obviamente Machado entra com suas pitadas pessimistas.

Viagem ao redor do meu quarto é um livro pra quem quer filosofar.

Tá aí a dica, eu adorei.

Thais Deamici.



sexta-feira, 7 de maio de 2010

CONTO do Projeto Janela Literária

O Projeto Janela Literária, apesar de ter findado suas aulas presenciais, terá seguimento com a construção de um conto pelos seus participantes. Esta história já tem seu início pronto, e sua continuidade será dada post a post.
Vamos poder aconpanhá-la inteira aqui ao lado.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Janela Literária

O Projeto Janela Literária iniciará nesta quarta e quinta-feira (05 e 06 de maio), na Biblioteca Municipal Monteiro Lobato.

Através do link, tenha acesso a mais informações. http://www.gravatai.rs.gov.br/noticias/noticias1.php?id=141480